quinta-feira, 20 de maio de 2010

De blog em blog: "Morte"

Propus-me a escrever sobre o tema “morte”, mas, em verdade, não tenho nada de novo a dizer.
Vai acontecer com todos nós? Sim.
Você vai gostar quando for a sua vez? Nem sim, nem não, porque você não vai ter opinião formada debaixo da terra e se decompondo.
Deus vai te receber de braços abertos, com os anjos cantando aleluia? Depende; se você morrer usando LSD, pode ter essa visão logo antes (quem sabe, né; tenta!)
Vai ser legal quando alguém que você ama morrer? Sim, se você for louco (ou lhe será indiferente se você for monge ou algo assim).
Vai ser legal quando alguém que você odeia morrer? Sim, se você for mesquinho e medíocre.
Será divertido quando alguém como Alexandre Frota ou alguma BBB morrer de overdose de alguma coisa? Não, se você não curtir o bom e velho humor negro.

Dando seguimento à última piada, a morte, de fato, pode ser bastante divertida. O cinema, por exemplo, a aborda muitas vezes com muito humor e com muita competência, como em “A noiva cadáver” ou “Sweeney Todd”, ambos de Tim Burton; ou em “Pulp fiction”, de Quentin Tarantino, ou até mesmo em “Beleza americana”. Não posso deixar de mencionar o gatíssimo Brad Pitt como a personificação da morte em “Encontro Marcado” – o filme não é lá grandes coisas, mas me fez apaixonar pelo lorâo aos quatorze anos de idade. Às vezes, “bater as botas” é bem mal representado em filmes do tipo “Jogos mortais”, que pra mim é lixo. Programas de TV, por sua vez, também têm feito uma boa abordagem do tema,como, por exemplo, as séries “Six feet under”, “Dexter” e “Pushing Daisies”, que me doeu ao ser cancelada, na qual o personagem principal era um confeiteiro que tinha o dom de ressuscitar seres vivos e, logo após, tirar-lhes a vida com um toque, mas, se deixasse alguém viver, outra pessoa morreria em seu lugar. O engraçado e, ao mesmo tempo, melancólico desse seriado foi ele ter ressuscitado a mulher por quem era apaixonado, mas nunca mais pôde tocá-la, senão ela morreria. Enfim, era uma história muito legal.
Quanto a livros, nunca li nenhum de ficção, cujo tema principal fosse a morte, mas, quando um personagem por quem tenho apego falece, fico triste como se fosse alguém próximo a mim, ou, quando é detestável, fico feliz. “Beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues, me marcou bastante pelo fato de o mocinho da história morrer sem mais nem menos. Até hoje me causa uma sensação estranha. Acho que é efeito de um livro bem escrito.
Por outro lado, também acontecem coisas hilárias em relação à morte de pessoas reais constantemente. Como ocorreu no velório de um tio meu: minha mãe conta que ele foi velado em casa e, como manda o costume, esta ficou de portas abertas. Sendo assim, nos idos de 6 horas da manhã, se adentra uma senhora, de vestido azul turquesa, muito conhecida por ser doida de pedra, do tipo que vaga pelas ruas. Quando ela se deparou com o caixão do falecido, chorou incontrolavelmente e, quando o desabafo terminou, pediu à minha mãe um copo d’água com açúcar. Minha mãe e minha tia viúva tiveram acessos de risos depois que a doida foi embora. Pelo menos, a intromissão serviu pra aliviar um pouco a dor.
A morte é fato incontestável e nós simplesmente somos obrigados a lidar com isso desde pequenos. Não há escapatória, mas muitas pessoas buscam alívio em diversas coisas como religião, hedonismo, promiscuidade e por aí vai. O que não ajuda – e nem mesmo atrapalha – é ter medo. Temer o inevitável é como tentar deixar de respirar – ninguém é bem sucedido nisso. Acho que o que nos é possível, no mínimo, é rir da morte... enquanto podemos (risadinha macabra no final).

8 comentários:

  1. uahahaha

    como eu disse antes, achei mto bom

    xD

    é sim uma visão mto menos poética do q a minha... mas morte poética é coisa de shakespeare, neh?

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  2. Por causa da propaganda da norora no twitter pensei q o post seria algo macabro. Mas ao ler vi uma versão simples, concreta e sem perfume (como vcs dizem) da morte. Como a personalidade da badona mesmo,racional e ponto final.
    Mto bom, sua cara!

    Tenho q aprender a ser mais badona na vida!

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  3. Adorei como abordou o tema!
    Sem chororôs, mas toda realidade que deveria ser incorporada por todos os sobreviventes, que, muitas vezes, não conseguem superar a morte de um ente querido e acabam desejando-a!

    Muito bom!!!
    Beijoss

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  4. Adorei a sua abordagem! Tratar a morte de uma maneira diferente talvez seja a solução.
    Bjos
    ;*

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  5. É você disse tudo...não adianta fugir dela...e acho que só vivendo mesmo intensamente pra ganhar dela. Tbm to participando do de blog em blog agora rs
    Bjoo

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  6. Gostei muito da abordagem. Bem criativa e contundente!

    É falando sobre os filmes. Não chega a ser inacreditável que o Johnny Depp fico gostoso até lá?

    ui

    =*

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