sábado, 11 de setembro de 2010

O Homem, o Homer e o Bart

Vamos divagar sobre as pretensões românticas dos seres humanos. Pessoas são animaizinhos curiosos (no mínimo). Invariavelmente a grande maioria das pessoas busca  o famigerado "Felizes para sempre". A busca por um parzinho preocupa muita gente.

Existe um grande problema nisso: a grande maioria dos homo sapiens são tão "sapiens" quanto um pongo abelii (vulgo orangotango), com a diferença que (alguns) homo sapiens comem com garfo e faca, e mastigam de boca fechada. Ainda assim, não são todos.

A questão é que quando encontram o par (ou pensam encontrar), e depois que passam pelo ritual de conquista inicial, as pessoas tendem a agir como se estivessem olhando para uma suculenta picanha ...após sair do Outback e se entopir de blooming onion. O que acontece, afinal? A humanidade é acometida por um mal chamado comodismo. Como disse o colunista Antonio Prata, existe uma força estranha que, quando existe a falta de auto-policiamento, transforma o homem num Homer Simpson.

Os contos de fadas falam do sapo convertido em príncipe justamente porque as mães de família, que transmitiam os contos a suas filhas, sonhavam e desejavam às filhas uma vida melhor: as mães eram todas casadas com príncipes que se converteram em sapos.

Antigamente o ambiente favorecia ainda mais a transformação do príncipe em sapo: os casamentos eram para sempre, as mulheres viviam em casa sem autonomia financeira, e o homem, fosse ele bom ou ruim, era o seu senhor. Via de regra não cabiam questionamentos.

Deve-se considerar que, hoje principalmente, as mulheres não se casam com Homer Simpsons, tampouco querem um Bart em suas vidas. Via de regra, infelizmente, o príncipe se transforma em um Bart ao longo do namoro, e um Homer depois do casamento.
Enquanto isso, no universo masculino, ocorre que aquele cara que abria a porta para a namorada entrar no carro, levava flores, a levava para tomar café, e fazia outra série de gentilezas nos primeiros encontros, se transmuta em um moleque mal educado, atrevido e muitas vezes difícil de suportar. Essa metamorfose acontece em questão de poucos meses. A pior parte é que os Barts se acham engraçados, únicos e suficientes para manter uma namorada interessada.

Barts querem o status quo de namorado. Ainda assim, quando são cobrados por suas responsabilidades, dão de ombros, fazem pouco caso das queixas, tiram sarro pelas costas e concluem: ela está de TPM, ou ela está dando "chilique".

Às vezes vejo as meninas reclamando que é difícil arrumar um namorado. Isso acontece porque é difícil encontrar homem hoje em dia. Os espécimes do sexo masculino que circulam pelo mundo hoje são, em sua grande maioria, Barts e Homers Simpsons disfarçados de cavalheiros num primeiro contato.

A dificuldade é em entender: o que acontece para o homem virar um Bart, e depois um Homer? A resposta é: comodismo. Ainda que não haja mais espaço no mundo para Barts e Homers, a continuidade da cultura machista que considera todas as perspectivas femininas coisas "supérfluas", que zomba dos homens gentis, e que promove a cultura da mulher super-produzida que passa o sábado no salão enquanto o homem toma cerveja sem sequer tomar banho em frente à TV (com direito a arrotos e tudo mais), leva a uma incompatibilidade entre o homem e a mulher atual.

As mulheres evoluiram enquanto muitos homens continuam presos na década de 60. Para conseguir um par, entretanto, eles se disfarçam de metrossexuais do século XXI, fazem a barba, cortam o cabelo, passam perfume e se arrumam, mas não por muito tempo: apenas o suficiente para garantir o posto de namorado e/ou marido.

O resultado? Um belo dia, a mulher que se manteve anos distraída entra na sala, olha para o sofá horrorizada e constata: Meu Deus! Casei com um Homer!

5 comentários:

  1. kkkk
    mto bom!
    realmente, os príncipes q viram sapo
    isso qdo não viram princesas
    kkkk

    xD

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  2. só existem bart's e homer's por aí porque existem marge's para tolerá-los.
    se você permite que uma pessoa abuse de você, seja namorado, amiga, colega de trabalho, o que se tornará um hábito, é porque muito provavelmente você não tem auto-estima.
    quanto a relacionamentos, esperar dos homens que estes sejam encantados é uma coisa meio gay (hahaha) e que sejam príncipes, uma coisa insana.
    homens são rudes, indelicados, insensíveis (para os sentimentos dos outros) e, às vezes, nojentos. mas vale lembrar que são eles que gostam de coisas delicadas - mulheres - e não nós, moçoilas heterossexuais. não é uma dádiva; talvez uma maldição, mas já que "está no inferno, abrace o capeta".

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  3. ulaiuhlahuiuhlua adoro essas comparações da Lana=P

    nossa! "se tiver no inferno abrace o capeta!" vixiii! isso eu chamo de comodismo =/

    Eu não sei explicar porque ainda gosto de homens! Prefiro achar que é maldição mesmo do que achar que gentileza masculina 'despretenciosa' é gayzisse.

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  4. Pobre de nós, homens. Só nós nos transformamos em coisa ruim :P

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  5. Nem se transformam, só se revelam...rs
    Acho que a causa dessa catarse, além do comodismo, é o egocentrismo, sentimento remanscente da "era macho-alfa". Só o Homer não percebe que ele não é o centro do universo...rs

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