quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cadê o céu que te prometeram?


Uma das grandes ilusões que te vendem quando  você está no fundo do poço é que se você fizer a sua parte, a vida vai voltar a ser bacana, mas não é assim que funciona.

Primeiro porque é cientificamente impossível definir que parte cabe a cada ser humano em termos de convivência, seja na vida profissional ou pessoal... E segundo porque, mesmo que tal definição estivesse clara e escancarada, nem todas as pessoas estariam dispostas a cumprir a parte que coubesse a elas.

Não dá pra entender qual é a do ser humano que adora espezinhar, fazer A quando deveria fazer B, ou fazer B jurando que na verdade fez C... Não se sabe se é prazer em encher o saco, se é prazer em subestimar a inteligência alheia, se é prazer em ser tosco ou se é só uma grande limitação intelectual, mas sabe-se que acontece  com frequência e irrita profundamente.

Daí sua parte está feita, mas tem essa galera que prefere te rotular de “mal comida”, “intolerante”, “bruxa”, “devoradora de almas e corações” do que simplesmente te deixar em paz ou se afastar de você. Em geral, as pessoas esquecem que entre “encher o saco” e “puxar o saco”, existe a opção de apenas cumprir seu papel sem mexer no saco alheio, com o perdão da tosquice. A culpa é sua por não ter elogios guardados para quem não merece elogios, ou por não ter mais confiança pra depositar nesse tipo de relação...

Com o tempo você  chega num nível de cansaço, e não sabe o que fazer... Porque as pessoas não vão fazer a parte delas, mas nem por isso você vai deixar de fazer a sua... De forma que só te resta curtir esse limbo que fica entre “o fundo do poço” e o “estar no céu”, já sem nenhuma esperança de um dia ter alguma tranquilidade. Sem nenhum otimismo, você constata que pode sim esperar algo dessas pessoas: o pior.

Enfim, você cansa de pedir a Deus mais paciência, porque ele te manda, mas as pessoas vão lá e consomem tudo instantaneamente... Por essas e outras, você passa a dispensar os conselhos de “seja mais paciente que você vai tirar de letra”. Você conclui que a  única maneira de tirar isso de letra é não se importar, seja com o resultado, seja com as pessoas envolvidas... E o fato é que você tem defeito de fábrica: nasceu se importando.

3 comentários:

  1. O pior de tudo é isso: a gente sabe que não deve se importar. Mas a gente se importa. Bastante. Gostaria muito de me importar menos.

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  2. Norora, não deixe a burrice alheia te desgastar. Gaste suas energias e seu cérebro com o que compensa.
    Tenha ciência que, por mais que haja quem se ressinta com o seu comportamento, você tá vivendo da melhor maneira que pode e do jeito que mais te satisfaz e isso é o bastante.
    Cada um vive como quer ou pode e você tem que se cercar pelo que te faz bem e você tem essa opção. A vida é muito curta pra gente ficar se desgastando à toa.
    Se dedique a que e a quem é bom pra você e não deixe as merdas da vida te impedirem de ser feliz.
    Esse pensamento é o que eu tento passar pela minha cabeça todo dia antes de levantar da cama ;)

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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