terça-feira, 5 de março de 2013

O equilíbrio é uma utopia que eu não quero perseguir.


Ontem alguém me falava de quatro pilares essenciais para uma vida equilibrada. Tais pilares são tratados como papéis que o indivíduo deve cumprir na sua vida social, sendo eles: o profissional, o afetivo familiar, afetivo amoroso/sexual e espiritual. Pensando sobre isso, cheguei a conclusão que 4 pilares não são o bastante... Se é pra segmentar, ainda precisamos de um pilar para representar nosso corpo/saúde e o autoconhecimento, a conexão do ser com seus próprios anseios e desejos mais profundos (que viagem), que muitas vezes acaba sendo abandonada por devido a correria promovida para equilibrar os outros pilares mais “evidentes” (ainda que isso fuja da vida social).

Mesmo adicionando alguns pilares, antigamente testei essa teoria e não gostei. Por muito tempo segmentei minha vida em diversas fatias e por vezes esquecia algumas delas, chegando a pensar que nunca conseguiria harmonizá-las... De modo geral, nunca tive energia pra me dedicar a tudo simultaneamente. Aboli a divisão, e tudo se tornou uma grande bagunça, mas tenho sobrevivido, e me sinto mais coerente desde então.... Acho que consegui uma uniformidade no meu comportamento, ainda que ele não seja realmente satisfatório... Ainda que umas duas ou três pessoas que eu amo estejam me mostrando que os pilares estão caindo e minha vida próxima de desmoronar...

O problema talvez seja a questão de cada pilar representar um papel. É praticamente impossível “interpretar” quatro, ou mais, personagens ao mesmo tempo... E mais complicado, é desenvolver um comportamento que seja satisfatório para os diversos pilares. Traços comportamentais, habilidades e cia, são coisas que se destacam nessa ou naquela área... E as vezes prejudicam uma ou outra. É difícil ser bom em tudo, as vezes tentando lidar com tudo ao mesmo tempo, me tornei um grande fracasso... E segundo a teoria dos pilares, você precisa priorizar tudo (oi?). Tá... teoricamente, algum pilar já estaria equilibrado, você teria que priorizar a harmonia, se dedicar ao papel que está “subdesenvolvido”. Parece que são poucas pessoas que chegam ao caos de deixar todos os pilares desestruturados (adoro estar entre as minorias), parece que os defensores dessa teoria não tem uma resposta quando você pergunta: como fazer quando todos os pilares estão em estado precário?

Quando perguntei pra pessoa que conversava comigo: a gente não pode parar, tirar umas férias e tentar organizar tudo? Ela disse que não, que a vida é um bonde andando, e que você tem que tentar se equilibrar. Foi daí que pensei, isso justifica meu sono abundante... Se não consigo organizar tudo ao mesmo tempo, se não posso parar pra organizar uma coisa de cada vez, o melhor que faço é dormir e desistir de tudo. Se os pilares precisam de um equilíbrio, eles que se virem e se equilibrem sozinhos. Eu vou levando do jeito que der, e na hora que tudo cair, se eu conseguir mover meus braços, eu abraço os escombros.

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