quinta-feira, 29 de julho de 2010

De blog em blog: "Loucura"

Esse assunto deixo a cargo da tresloucada Hilda Hilst:

Dez chamamentos ao amigo - VI

Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás meu verso.
Distanciado
Dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha
No meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço
Mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos aventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?

Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste?


Loucura, insanidade, insensatez são atributos que preconceituosamente se reputam ao desconhecido; justificativas para a ignorância.
Aquilo que não se sabe estranho lhe parece.
Penso mais irracional aquele que aponta os loucos em face do que admite a própria temeridade.
Outros loucos postaram:

7 comentários:

  1. medo de perguntar pra certas pessoas "eu te pareço louca?"

    hahaha

    mas claro, se disserem q sim, vou encarar como justificativa pra ignorância!

    ê Badona, vc sempre me fornecendo bons argumentos!

    =)

    Smacks!

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  2. Sabe que gostei mais do texto seguinte que o da poeta?
    uh la la.
    Pontual, não digo mais nada além de concordar.

    :)

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  3. "Penso mais irracional aquele que aponta os loucos em face do que admite a própria temeridade."

    Mas racional que isso não tem!
    Adorei!
    bjão

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  4. Vou citar Cachorro Grande(veja como sou culta):
    ¬¬

    ♪E isso é uma loucuuuuuuura, tchuruthuthuthu♪


    Eu gosto tb dessa louca citada!

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  5. hahaha concordo com a Ana, acho que eu nem preciso saber a resposta pra essa pergunta "eu te pareço louca?" kkkk
    bjooo adorei

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  6. adorei o texto... realmente, a loucura muitas vezes é simplesmente o diferente, o desconhecido e um rótulo preconceituoso. bjinho...

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