Há tempos assisti a um filme com esse título, estrelado pelo relativamente fracassado Kevin Costner e pela admirável Joan Allen, brilhante em “Tempestade de gelo”, de Ang Lee, e decepcionante em “Corrida mortal” (pelo nome, já dá pra sentir de que se trata).
A história do filme se trata de uma mulher, supondo ter sido abandonada pelo marido, que fugira com a secretária dinamarquesa, eu acho, inicia uma empreitada alcoólica simplesmente por estar com raiva.
Raiva obviamente é o sentimento predominante no filme, mas não é por menos: além do marido ter desaparecido, sem dar alguma satisfação e suas quatro filhas adolescentes a culparem pela fuga do pai, uma delas se envolve com um homem mais velho de idade mental infante extremamente repugnante que, vez ou outra, lhe passa cantadas.
Enfim, o enredo não é dos melhores e ainda é destruído pelo final que, pra mim, tira do filme qualquer sentido que poderia ter: o marido da protagonista não havia fugido com amante nenhuma; ele havia caído num buraco profundo, dentro da propriedade do casal, a qual tinha dimensões consideráveis.
No entanto, no filme há duas cenas memoráveis. A primeira consiste no tapa que a personagem principal solta na cara do namorado nojento da filha, em que senti que existe satisfação por meio da violência sim (hahaha). Por seu turno, a segunda cena, que nunca esquecerei, é composta por Allen, à mesa com as quatro filhas, o vizinho, interpretado por Costner, e o genro execrável, quando, de repente, ela imagina a cabeça do deste parasita explodindo! Hahaha Nunca ri tanto de uma cena e nunca me senti tão retratada!
Sério, eu não posso contar nos dedos quantas vezes imaginei cabeças explodindo. Há situações lamentáveis, em que se escuta absurdos, mas se deve ficar calada(o) e a única coisa que pode oferecer conforto é a cena imaginária da cabeça falante-de-m*rda estourando! Bum!!!
Além disso, me identifiquei com o filme em virtude do sentimento preponderante: a raiva. Dizem, os mais “zens”, que a raiva atrai energia negativa e só faz mal para quem a sente e blábláblá. Isso pra mim é conversa fiada. A raiva, desde que passageira e não gerando alcoolismo nem compulsões de outra natureza, tem seu grande lado positivo: o não conformismo. Se você sente raiva de determinada situação, a probabilidade de você deixar aquilo novamente acontecer é mínima. Se, entretanto, você só fica deprimido, encantoado e se comporta como vítima, as chances de você se f*der de novo são enormes.
Sentir raiva, muita raiva mesmo, tentar resolver o problema e a si mesma, em vez de pensar: “eu sou um ser elevado e não sinto raiva, portanto vou dar a cara a tapa”, é o que te levanta e te leva pra frente. Como no caso da protagonista do mencionado filme, foi a raiva do marido, mesmo que despropositada, que fez com que, no final, ela largasse a bebida, batesse e afugentasse o namorado nojento da filha e arrumasse um namorado gato que nem o Kevin Costner. Há!
"Se você sente raiva de determinada situação, a probabilidade de você deixar aquilo novamente acontecer é mínima. Se, entretanto, você só fica deprimido, encantoado e se comporta como vítima, as chances de você se f*der de novo são enormes"
ResponderExcluiré... acho que minha raiva não foi o bastante então! preciso demais! uehehe
I see blowing head people
ResponderExcluirEu nunca imaginei cabeças explodindo, só imagino pessoas ruindo, que nem no filme da múmia, sabe?
ResponderExcluirFaz o mesmo efeito : traz paz e serenidade.
Hohoho
Beijo.
ℓυηα