segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eu caio! =/

Cair é minha especialidade, desde a primeira infância. Logo que comecei a andar, mamãe me levou ao médico, pra ver se eu tinha alguma deformidade que ocasionasse as frequentes quedas do meu pequeno ser bochechudo, o médico disse que me faltava coordenação, mas que com o tempo eu iria aprender.

Médico charlatão!

As quedas continuaram, mas nunca desisti. A bicicleta que o diga, fui a última da rua a tirar as tais rodinhas. De tanto cair no asfalto, queria me aventurar pelas ruas “de terra”, e minha mãe me avisava que na terra eu ia machucar  mais. Eu, claro, não quis ouvir. Lá fui eu com a minha bicicleta rosa (sim, rosa) sem rodinhas para a rua de baixo... Lembro do som daquela queda até hoje, acho que metade do meu joelho ficou na rua e ainda tenho uma pequena cicatriz. Isso eu tinha uns oito anos...  Continuei caindo depois disso, de bicicleta ainda rasguei muitos jeans, ainda fui fechada por alguns caminhões e passei por vários quases que me fizeram pensar que eu nunca mais andaria sobre duas rodas. Aos 17 anos aposentei a bicicleta (que já não era mais rosa, mas sim amarela) e me restaram apenas as quedas "normais".


Ah tá! Caí também do cavalo, do beliche (mas o record do beliche é da minha irmã), de árvores, e só depois me restringi às quedas "normais".

Na faculdade eu caia sempre diante de alguma platéia, só não continuo caindo porque não tenho frequentado. No trabalho, uma graça, sempre caindo diante de visitantes, de colegas, de chefes. Uma vez consegui uma proeza: cair duas vezes no mesmo dia da mesma forma, a primeira no trabalho e a segunda na faculdade, de forma que meu jeans rasgou e minha mão cortou. Pelo menos meus jeans nunca rasgaram em locais constrangedores... Quase sempre no joelho.

O pior das quedas é sempre lidar com o embaraço de se livrar de quem se aproxima de você todo solícito (a): “machucou?”. Na verdade, nenhum machucado dói tanto quanto o constrangimento de lidar com a piedade alheia. Prefiro quando ninguém me pergunta nada, eu levanto e esqueço em menos de 15 segundos, juro!

Não contente em me encontrar com o chão, caia de outras formas e continuo caindo. Sabe aquelas pegadinhas manjadas: “tem não sei o que na sua blusa?” e qualquer outra pegadinha? Não faz comigo... Que eu caio mesmo! Nasci pra ser trouxa!

E são as quedas “figuradas” as que mais doem. Cair em pegadinhas, conversinhas, ilusões. Cicatrizes que não são visíveis aos olhos (ui!). Essa coiserada toda me cansa! Com essas quedas eu não me acostumo!

Pros tombos físicos eu venho treinando desde que aprendi a andar, eu pratico com frequência, e por isso deles eu me emendo com facilidade. Quanto aos outros o processo de me recompor é muito mais longo, cansativo.... Além disso, prefiro me sentir “sem coordenação motora” do que sem tino pra escolher as pessoas em quem confiar, e odeio sentir as duas coisas simultaneamente.

7 comentários:

  1. Gostei do texto Ana... Bem engraçado... Consegui me ver em algumas cenas e por coincidência hoje eu caí... Mas daquela outra forma, a figurada! Nada legal! Hehehe... =)
    Beijos!
    Adoro os textos de vocês, sempre tenho que falar isso!
    ;*

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  2. Recomendo uma bengalinha. Serve pra ajudar nas quedas físicas e pra bater em quem merece nas demais :D

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  3. esse texto deveria ir pros favoritos xD

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  4. Lembrei agora de uma frase manjada:
    "se vc precisar de alguém em qm confiar, confie em si mesmo..."
    kkkkkkkkkkk

    E é desse jeito, cair por conta própria, por uma questão de próprio desequilibrio não é tão ruim, o foda é cair por desequilibrio alheio.


    Eu voto por pessoas com rodinhas!

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  5. kkkkkkkkkk dei trela aqui =P

    Eu tive uma bicicleta rosa. Ganhei quando morávamos em Uruaçu, acho que lá só tinha bicicleta como meio de transporte uahlauihuha Eu não sabia andar.. mas aí meu pai disse: - É só montar e sair andando! Pois é.. aprendi caindo, de um lado e depois de outro.
    Agora que parei pra pensar... caralho! Meu pai me disse isso?! Ai, ai.. E eu acabei escutando várias e várias coisas.. Andar de bicicleta agora eu sei. Quem sabe um dia eu páro de cair na vida também neh?

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  6. Caraca! Eu. Caio sempre, sempre viro o pé, sempre fico sem graça. Sou desastrada de mais e trouxa igualzinho a você. Aliás, você é muito parecida comigo, pelo que vi aqui. Passarei sempre por aqui...Bjs!

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