Quando a sua porta de entrada é a porta de saída de alguém

Passamos grande parte da vida entrando e saindo de alguns lugares ou de algumas pessoas, sim, por mais estranho e libidinoso que isso possa parecer é bem assim.

Alguns piadistas de baixo calão dizem que os exemplares masculinos (ou não) vivem atrás de desregradas aventuras sexuais com a justificativa de que querem entrar aonde um dia saíram, péssima essa.

Desculpe desapontá-los, mas o bicho que mais se enfia em ‘buracos’ desconhecidos não é nem o tatu, somos nós, as mulheres.

Duas coisas que as mulheres certamente irão aprender durante sua estadia neste mundão: uma delas é como trocar os pés pelas mãos e mesmo assim se manter em pé; e o outro é como nunca entender muito bem os sinais de um homem, mas não culpo muito as mulheres por essa última, a maioria dos homens são péssimos sinalizadores, e não me venham com o papo de que são discretos... Sinais são importantes e eles não irão diminuir sua discrição, por isso se chamam sinais e não cartazes!

Voltando às entradas e saídas... Sabe-se quase todos os dias da necessidade de sair alguns para entrar outros... Sabe-se todos os dias que é preciso despedir o desidioso para contratar o mais estimulado... Sabe-se todos os dias que é preciso antes cancelar um pedido, para realizar outro mais vantajoso... Sabe-se que algo ruim que se escuta um dia, poderá ser um som ainda pior caso você o reproduza... Sabe-se que é preciso soltar algumas amarras caso queira abraçar... Sabe-se que é mais fácil dois brigarem do que um gostar unilateral... Sabe-se que não é mais fácil ir pelo caminho mais fácil, o mais fácil é seguir o caminho que quiser sem 'medições' de facilidade ou dificuldade....

O negócio é que é muito desestimulante quando você entra (embarca) e alguém sai simultaneamente, sem que seja uma brincadeira de esconde-esconde. Melhor seria se conseguíssemos chegar à porta de entrada no mesmo momento que alguém também chegou, entraríamos e nos ajudaríamos a achar a porta de saída, e durante essa busca estaríamos nos conhecendo com tanta curiosidade e assim sem que o outro possa perceber, tentaríamos procrastinar a chegada na porta de saída.

Pois então, não faça ninguém te seguir até sua porta de entrada, nem lhe atraia com aquele sorriso em que brilha mais forte seus caninos e lhe mostre vantagens de entrar, não insinue a ninguém que aí dentro tem algo que a pessoa só conhecerá entrando e depois fuja para a saída como um bicho amedrontado e com receio de como será.

Todos nós somos um misto de porta de entrada e saída. Ah! E gostamos também quando alguém entra sem tocar campanhia, desde que ela não derrube a porta e nem nos roube de nós mesmos.