quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ler Caio Fernando Abreu é como ter 23 anos novamente...


De certo não mudou tanta coisa assim... São só umas lembranças a mais, diversos históricos gravados na memória e aquela sensação de que isso já aconteceu antes.

Então, quando as pessoas aparecem, fazendo o que sempre fazem, e falando o que sempre falam, algo me diz que eu sei de cabeça aquilo que está por vir. E de certo o que muda é que eu tento dar um gosto novo, colocando um pouco mais de amargo na situação...

E aqueles que sempre fizeram tudo certo, que continuam ao meu lado, os responsáveis por todo o meu lado doce, imploram pra eu não exagerar... Tentam me temperar com um pouco de calma. Me pedem para tirar o dedo da ferida, para não chutar as canelas alheias...

E eu prometo ser calma, mas com quem não me tira a calma... Porque eu não acredito mais em fazer tudo certo, como eu acreditava aos 23.Os quatro anos que passaram, me trouxeram conformismo e me encheram de direitos. Não me sinto mais obrigada a perdoar, me sinto no direito de apedrejar todo passado que insiste em se fazer presente. A vida se repete, mas pelo menos eu digo uns desaforos novos.  

"Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam para sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria."



2 comentários:

  1. "Mais que sensação, densa certeza viscosa impedindo qualquer movimento em direção à luz!"

    Taí, desenterrou algo que eu gostei de lembrar.

    =D

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    1. "E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."

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