Quando a timeline do
facebook ou do twitter está cheia de assuntos polêmicos, eu tenho
a impressão de que o cidade alerta está presente no coração de
cada brasileiro, mesmo que adormecido, prestes a explodir e
arremessar sensacionalismo barato e revanchismo para todos os lados.
Eu não tenho opinião
formada sobre o caso do PM que reagiu ao assalto e baleou o bandido.
Não tenho opinião porque não tenho estômago pra ver um vídeo em
que se dá um tiro de verdade, sou dessas... E também porque não me
sinto na obrigação de formar opinião sobre tudo. No caso do Instituto
Royal, embora eu seja totalmente contra os testes em animais, também
não tenho opinião. É um assunto muito polêmico... Ao mesmo tempo
que acredito que sair invadindo a praia alheia não é a melhor
maneira de defender a vida, acredito que talvez eu faria o mesmo...
Por outro lado, fico me perguntando se o caso teria tanta
repercussão se os testes fossem feitos em vira latas... Ainda assim,
só tenho perguntas e nenhuma opinião.
Meu ponto de vista se
restringe aos comentários... Confesso que os comentários dos
navegantes dos mares da internet me assustam mais do que tiros e
testes em animais. De repente, um monte de gente linda das redes
sociais começa a mudar de assunto, sai a defesa dos animais e o bom
senso, entra a defesa de testes em pedófilos, estupradores e
assassinos. Ecoando as mesmas vozes que dizem que o único erro do PM
citado anteriormente, foi ter preservado a vida do bandido. A mesma pessoa que compartilha um filhote de fofura, tira toda a máscara de lindeza, pra mostrar que o coração de qualquer um pode ser cheio de raivinha e violência gratuita.
Eu fico me perguntando
se não há um bandido na essência de cada um de nós. Afinal,
apenas acompanhar os fatos atrás dos nossos computadores já carrega
nosso coração de raiva suficiente para desprezarmos os direitos
humanos. Se de repente achamos que estupradores e pedófilos e sei
lá mais quem, merecem a tortura que antes era destinada a um beagle,
não acho que estamos buscando um mundo melhor. Se ainda não
percebemos que o revanchismo não é justiça, se ainda julgamos as
pessoas pelos rótulos antes de sabermos a história, acho que não
somos melhores que as pessoas que conduzem as pesquisas no
laboratório, que o ladrão que aponta a arma na cara do PM pra
roubar uma moto, ou que um pervertido preso por um crime sexual.
Somos tão toscos quanto aqueles que julgamos mais toscos, a
diferença é que nossas vítimas são eles, e não os beagles e cia.
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