domingo, 20 de outubro de 2013

O PM salvador, os beagles, a vida, o universo e tudo mais.

Quando a timeline do facebook ou do twitter está cheia de assuntos polêmicos, eu tenho a impressão de que o cidade alerta está presente no coração de cada brasileiro, mesmo que adormecido, prestes a explodir e arremessar sensacionalismo barato e revanchismo para todos os lados.
 
Eu não tenho opinião formada sobre o caso do PM que reagiu ao assalto e baleou o bandido. Não tenho opinião porque não tenho estômago pra ver um vídeo em que se dá um tiro de verdade, sou dessas... E também porque não me sinto na obrigação de formar opinião sobre tudo. No caso do Instituto Royal, embora eu seja totalmente contra os testes em animais, também não tenho opinião. É um assunto muito polêmico... Ao mesmo tempo que acredito que sair invadindo a praia alheia não é a melhor maneira de defender a vida, acredito que talvez eu faria o mesmo... Por outro lado,  fico me perguntando se o caso teria tanta repercussão se os testes fossem feitos em vira latas... Ainda assim, só tenho perguntas e nenhuma opinião.
 
Meu ponto de vista se restringe aos comentários... Confesso que os comentários dos navegantes dos mares da internet me assustam mais do que tiros e testes em animais. De repente, um monte de gente linda das redes sociais começa a mudar de assunto, sai a defesa dos animais e o bom senso, entra a defesa de testes em pedófilos, estupradores e assassinos. Ecoando as mesmas vozes que dizem que o único erro do PM citado anteriormente, foi ter preservado a vida do bandido. A mesma pessoa que compartilha um filhote de fofura, tira toda a máscara de lindeza, pra mostrar que o coração de qualquer um pode ser cheio de raivinha e violência gratuita.
 
Eu fico me perguntando se não há um bandido na essência de cada um de nós. Afinal, apenas acompanhar os fatos atrás dos nossos computadores já carrega nosso coração de raiva suficiente para desprezarmos os direitos humanos. Se de repente achamos que estupradores e pedófilos e sei lá mais quem, merecem a tortura que antes era destinada a um beagle, não acho que estamos buscando um mundo melhor. Se ainda não percebemos que o revanchismo não é justiça, se ainda julgamos as pessoas pelos rótulos antes de sabermos a história, acho que não somos melhores que as pessoas que conduzem as pesquisas no laboratório, que o ladrão que aponta a arma na cara do PM pra roubar uma moto, ou que um pervertido preso por um crime sexual. Somos tão toscos quanto aqueles que julgamos mais toscos, a diferença é que nossas vítimas são eles, e não os beagles e cia.

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