"Onde estou? Quem sou eu?"

Confesso que não sei bem quem sou. Às vezes me sinto pendendo entre extremos, tentando descobrir do que gosto ou o que é certo; o que é condizente com minhas palavras e atitudes enfim. Fui, na maior parte da minha vida, responsável (leia-se nerd), mas também tive liberdade de pensamento e expressão dentro da minha casa.

Quando olho ao meu redor, no entanto, vejo que sou diferente do que é considerado normal, apesar de ter seguido as regras, e, às vezes, isso me incomoda. Gosto de viver como, de fato, vivo, mas eu preferiria que não causasse estranheza a quem me cerca (ou seja, eu gostaria muito que ninguém me enchesse o saco!)

Meti-me numa roubada há alguns anos, tentando me mudar e me adaptar, e “sofri” as conseqüências disso bem recentemente. Estou falando da minha formatura. Eu realmente fico impressionada com minha falta de vontade de ficar acordada até as 7h da manhã, escutando música – extremamente – ruim, cercada por gente brega, bêbada, que acha que tá “abalando”. Mentira; não me impressiono comigo mesma, mas sim com a disposição para isso das pessoas e a reação que causo nelas quando digo: “não curto essas coisas, sabe”.

Não vou mentir e dizer que não gostei dos meus vestidos, dos meus sapatos, da maquiagem, dos penteados... Acho que toda mulher curte dar um “upgrade” de vez em quando. Fico encabulada, entretanto, por tanta gente, num baile de gala, vestida de smoking e vestido longo, cheio de babados, fru-frus, lantejoulas e afins, com a cara pintada e mais branca que o resto do corpo, perdendo paletós, câmeras, sandálias e, é claro, a dignidade, ao som de “toma, gostosa, lapada na rachada” ou “vou te comer, vou te comer”, etc.

Definitivamente, não sei qual o meu problema (haha). Na verdade, ainda não descobri tudo de que gosto, mas acho que tenho muita ciência do que me desagrada.

P.s.: Além de suportado tudo isso, ainda me passaram a mão na bunda. Puta desaforo!!! Tô grilada até hoje!