quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Bela, A Fera e a plebe

Na Era da Informação, a beleza ainda se mostra fundamental. Não vamos ser hipócritas: todos gostam de uma boa aparência. É possível, entretanto, ter critérios: em vez de curtir caras como Justin Bieber ou Vin Diesel, admira-se caras como Johnny Depp ou, meu favorito na sua melhor idade, Paul Newman.

Critérios, no Brasil, no entanto, não são questões recorrentes. Aqui se preza pela bunda monstruosa da Mulher-melancia e pelos músculos exagerados de qualquer babaca ex-bbb. Se você, minha amiga, não tem marquinha de biquíni que apontam pros seus peitos e/ou pra sua virilha, não é considerada mulher de verdade. Se você, meu amigo, não tem abdômen marcado, não veste camisa gola-pólo ou não usa óculos-escuros de armação branca e cabelo cheio de gel com topete, não merece atenção feminina.

Claro que existem pessoas exuberantes que não se utilizam destes “artifícios” e que, desde os seis meses de idade, todos sabem que “arrasarão quarteirões”. São os “pobres coitados” que nascem sem tendência pra engordar, com dentes brancos, cabelos lisos, olhos claros e da cor do pecado. Eles passam a adolescência sem ter uma espinha sequer e, já adultos, conseguem tudo que querem, inclusive furar fila no INSS, porque nem funcionário público resiste à combinação “sorriso branco + olhos claros + corpão sarado”. Você pode vê-los todos os dias na “Malhação”, tentando atuar e não passar muita vergonha, no que, diga-se de passagem, não são bem sucedidos.

E é isso que eles vão ser para sempre e sempre. Exemplo popular disso é o Brad Pitt, que tenta, tenta e tenta mais um pouco ser reconhecido por seus talentos, mas ninguém se esquece da sua ÓTIMA aparência. O Johnny Depp, por outro lado, conseguiu ser aclamado por sua atuação em vez de apenas por sua beleza, mas eu também nunca me esquecerei de como ele é gato.

As pessoas anônimas muito bonitas, que não conseguiram ir pra frente nas novelas da Globo, no entanto, se também não se dedicaram a seus próprios cérebros, serão lembradas apenas por serem bonitas ou por como o foram, porque, não se esqueçam, o físico é passageiro e passa rápido. Não é à toa que vemos cotidianamente senhores e senhoras de meia-idade esticados, siliconados, em carros-esporte, tentando recuperar o que já foram e que provavelmente aproveitaram bastante, mas era tudo que eles sempre tiveram.

As pessoas extremamente inteligentes e que assim nasceram, por seu turno, também não têm muito mérito (eu falo isso com inveja, mas com sinceridade), uma vez que, como os magnificamente bonitos, apenas tiveram sorte de ter genes ideais. Superdotados ou pessoas nascidas em famílias plenas de gênios, que entendem física quântica desde os quatro anos ou declamam Nietzsche desde os doze, alcançam seus objetivos com muito mais facilidade que um ser humano comum, assim como as naturalmente loiras peitudas conseguem 13º, 14º e até 15º salários no final do ano (presumindo que peitão é a única coisa que as leva a esses benefícios).

Assim, se mérito é aferido a partir de esforço, então os belos e os inteligentes natos são desmerecedores, apesar de serem bem sucedidos respectivamente nas suas áreas de “atuação”. A diferença entre eles é que os gênios são úteis para a evolução da sociedade. Até Mengele, gênio do mal, encarnação do capeta, contribuiu, querendo ou não, para a medicina.

Dessa forma, que me desculpem os belos, mas inteligência é fundamental e, se você, apenas um plebeu, não é extremamente bonito nem excepcionalmente “cabeça”, esqueça as revistas de moda, de dietas e de celebridades, e vá ler um livro, nem que tenha que começar pelo Aurélio. A aquisição de conhecimento nunca se esvai e comprovadamente evita o desenvolvimento de Alzheimer.

7 comentários:

  1. Eu sou da plebe rsrs... E leio que só rsrs... É tudo o que me resta, né?! Mas tudo bem, eu gosto!
    Ótimo post!

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  2. Tenho nem tempo pra ler.. Tô fudida ahuahuhiluhuilahiuhaaaaa

    Bom texto mesmo =)

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  3. Padrões, padrões... aqui no Recife ainda se guiam por eles... Enquanto isso vou malhando meus neurônios...é o que me resta... =)

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  4. nossa, achei massaaaa
    fiquei me sentindo bem, fiquei feliz de ser plebéia
    apesar de não estar em dia com minha lista de leitura
    kkkkk

    ótimo postttt

    xD

    smacks

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  5. Então,que se danem os bonitos ser feia me é fundamental!

    kkkkkkkkkkkk


    Gostei desse post, ein!

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  6. Escreves muito bem querida,
    beeijos!

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  7. E como diria o Baleiro, "a menos beleza no salão de beleza...o velho e decadente mundo ainda não aprendeu a admirar a beleza...a verdadeira beleza..." rs

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