Bilhetes e pretensos
livros na infância, cadernos na adolescência, blogs... e fim. Um
dia a gente simplesmente não escreve mais.
Talvez a gente pare por
aceitar a derrota de não saber o que fazer com as vírgulas. Talvez
por esquecer gramática, pelo sufocamento do queísmo, ou simplesmente por não ter vontade...
Talvez as sensações
sejam repetidas e não inspirem mais desabafos, talvez o espírito
esteja conformado a ponto de não mais precisar desabafar... Talvez
não exista mais assunto... Ou, quem sabe, substituímos pela
terapia...
Queria apenas saber
dizer se me faz falta...
Tanta gente vai
parando, que acho que é normal. Nos livros de direito da minha mãe,
as contracapas eram todas escritas. Haviam páginas com coisas tão
bacanas... E ela nunca soube me dizer porque parou de escrever.
Escrever
despretensiosamente parece um hobby com tempo determinado. Será que
tem data pra acabar desde as primeiras páginas? Ou será que acaba
com a exposição? Com o medo de ser lido e ter esquisitices
reveladas? Será que a culpa é do facebook? Será que ele consome
toda a cota de palavras a digitar?
Sempre gostei mais de
escrever aqui, mesmo com o link compartilhado, poucos vão ler... Dá
uma certa segurança para lidar com a insegurança (isso é possível
no meu mundo). No facebook só consigo vomitar, lá não escrevo...
Só digito compulsivamente palavras inevitáveis... As mesmas que
seriam derramadas em uma mesa de bar, em um almoço de família, em
uma discussão com conhecidos, nos dias em que eu tivesse a ilusão de que poderia persuadir alguém...
Enfim, quase um ano
depois do meu último post, tento novamente escrever... Só pra
tentar lembrar qual é a sensação... Só pra tentar descobrir se
faz diferença, se faz bem... Se fizer diferença, se fizer bem, eu volto aqui e escrevo, ou não.
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