sábado, 10 de julho de 2010

Quando Saímos da Idade Média?

Historicamente, a Idade Média foi o período que se iniciou com a queda do Império Romano do Ocidente, após as Invasões Bárbaras. Na ocasião, os bárbaros devastaram a Europa. Os romanos chamavam de bárbaros todos aqueles que não falavam latim, ou falavam latim muito mal.
No entanto, a hostilidade entre os romanos e "o resto do mundo" (pois só romanos falavam latim) não se dava por não falarem a mesma lingua, mas por motivo mais ignorante: cometer atrocidades, na visão romana, era uma prerrogativa de sua "civilização".

Com a queda de Roma, as cidades se dissolveram, e outros povos passaram a roubar vilarejos, violentar mulheres e crianças, e escravizar ou matar de forma violenta e desnecessária qualquer homem que não tivesse seu sangue. Com a ausência dos romanos, tais atos vieram a ser conhecidos como "barbáries".

Em um período marcado pelo Feudalismo, a Europa caiu na ignorância: uma população fundamentalmente rural, analfabeta e facilmente controlável por pequenos reis, senhores feudais e igreja.

Posteriormente, com as cruzadas, os europeus conheceram quem, à época, era verdadeiramente civilizado - os islâmicos: eram capitalistas desde o século VI, dominavam matemática e astronomia, consideravam educação e saúde direitos básicos dos cidadãos. Copiaram seus valores, e disseram ao mundo que era tudo invenção européia.

Depois, durante a inquisição, a igreja não poupou sequer os gatos: por serem associados às religiões pagãs, os gatos foram exterminados, queimados vivos, por toda a Europa. Como consequência, houve a epidemia de Peste Bubônica. A mesma igreja ousou canonizar todos os seus 54 primeiros Papas, e permitiu que ao longo dos tempos pessoas como os Papas Pio III, Paulo II e Alexandre VI ascendessem ao poder pelo nepotismo, politicagem e corrupção.

Séculos e séculos depois, o que mudou?

Ontem via uma espécie de "tablóide" virtual, nem sei o site. Vídeos e mais vídeos de dois "Monsenhores" (título concedido a padres que prestaram grandes serviços à Igreja), um em orgias, outro se relacionando com rapazes, alguns menores de idade.

Onde está a inquisição nessas horas? Onde sempre esteve: a Igreja condena a pena de morte, o aborto, o casamento homossexual, e até mesmo a camisinha, mas a inquisição nunca foi para os clérgicos. Hoje, chamamos isso de "corporativismo".

Agora, vamos pensar sobre os famigerados Direitos Humanos.

O filho de um delegado, junto do filho de um sócio de uma emissora de TV afiliada à Rede Globo e um terceiro sujeito, violentaram uma garota de 13 anos. Todos os três marginais são menores de idade, e o filho do cara da RBS tem 14 anos, e admitiu em redes de relacionamento na Internet a autoria do crime, assim como a certeza da impunidade.

Um marginalzinho que ficou rico jogando bola, e que inspirado por Nelson Rodrigues defendeu outro marginal dizendo "Quem nunca saiu na mão com uma mulher?", mandou que uns amigos "resolvessem um problema" pra ele. O problema foi estrangulado e dado como comida a cães. O pai do "problema" é acusado de violentar uma criança de 10 anos.

Em Israel, um avô-padrasto de uma garota de 4 anos espancou a garota até a morte, colocou seu corpo em uma mala e jogou num rio. Uma criança também foi encontrada numa mala em Curitiba, e um homem que matou a ex-mulher também colocou-a numa mala. Um pai e sua segunda esposa atiraram uma criança pela janela no Brasil. Uma garota mandou o namorado e o cunhado matarem seus pais alguns anos atrás, e abriu a porta para que eles entrassem. Um casal de sul coreanos deixou sua filha morrer de fome enquanto criavam uma filha virtual num site.

Diversos garotos foram violentados e mortos por um pedreiro colocado em liberdade condicional em Luziânia. O famoso "Chico Picadinho" fez um pedido de liberdade condicional por bom comportamento. Da última vez que lhe concederam o benefício, ele esquartejou outra mulher, e tentou se livrar de partes do corpo jogando-os no vaso e dando descarga, e colocando outros pedaços em uma mala.

Assim, o mundo segue: cheio de desajustados, que tiram a vida de um, dois, ou vários, entulhando os presídios, ou desfrutando em liberdade de um direito do qual privaram outros.

Onde foram parar os direitos humanos dos violentados, mortos, espancados? Em malas, na descarga sanitária, ou na comida servida aos cães? Talvez jogado pela janela...

Eu sou uma defensora da pena de morte. Eu condeno uma segunda chance a "pessoas" que cometem atrocidades, monstruosidades, "barbáries". Eu não creio na regeneração, e não defendo o direito à vida de quem a considera coisa banal.

Não creio na regeneração de indivíduos que abusam dos mais fracos. Sou a favor da execução sumária de todo e qualquer indivíduo praticante de atos truculentos.

O que além de não agregar ainda subtrai, tem que ser igualmente extirpado. É minha opinião, e ponto.

Além desses, há por aí uns Sarneys, Magalhães, Tumas, Garotinhos, Roriz, Arrudas, Malufs e outros, que como os Papas, acham que as instituições são o quintal de suas casas, e propriedades particulares.

Então, fica a pergunta: será mesmo que as Grandes Navegações findaram a Idade Média, ou a levou para as Américas?

7 comentários:

  1. é um assuntinho polêmico.... mas curti o modo como foi exposto...

    eu, particularmente, não defendo a pena de morte... talvez pq estou apegada a valores cristãos, nego tanto ao sistema quanto a esses malucos o direito de tirar a vida de alguém... mas posso estar errada

    o bom seria que a justiça funcionasse mais vezes... enquanto todos esses casos "pops" são resolvidos com a ajuda de "luminol" qdo nem um corpo foi achado, os assassinos que não jogam futebol continuam encobertos...
    as punições deveriam mais severas, os presos deviam trabalhar em alguma coisa, mas td isso é utopia

    assim como creio q é utopia que a pena de morte vá resolver... q o mundo vá melhorar... acho que desacreditei de tudo...

    enfim... sobre a pena de morte, penso isso... mas esse seu post ae quase me convenceu... é mta atrocidade pra minha cabecinha!

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  2. "A consciência é uma aquisição muito recente da natureza e ainda está num estágio 'experimental'. É frágil, sujeita a ameaças de perigos específicos e facilmente danificável."(Jung)
    Ai tá o grande problema. Ainda estamos na idade da pedra da consciência.

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  3. pena de morte é um assunto complicadíssimo. não se trata de afirmar que só existe direitos humanos para criminosos e não para as vítimas.
    isso porque até recentemente defendia-se que os direitos fundamentais só existiam para proteger os particulares da ação do Estado e não dos próprios particulares. assim, a aplicação desses direitos ao direito privado é bastante recente. daí surge a idéia que os direitos humanos só existem para evitar que crueldades sejam cometidas contra acusados: na verdade, eles são aclamados para evitar arbitrariedade estatal, utilizada especialmente pela polícia, que mais tem agredido inocentes do que culpados.

    então, não, não sou a favor da pena de morte em lugar nenhum do mundo, precipuamente no Brasil, país em que mulheres são tratadas como bundas, homossexuais como zoófilos, negros como marginais. nos EUA, onde a pena de morte é mais difundida, a maior parte dos condenados são negros, pobres e portadores da Síndrome do XYY.

    enfim, a idade média permanece na mente das pessoas apesar de todo o avanço tecnológico. se a mentalidade evoluir, não haverá necessidade para a imposição de penas mais severas.

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  4. Há tempo não lia um texto de tanto agrado. As pessoas julgam ferozmente qualquer um que vá "contra" os "direitos humanos"; não é possível expor opiniões desse tipo sem que haja um julgamento sem nenhum tipo de defesa. Dou meu sincero parabéns. O texto não poderia estar melhor. Sou contra os direitos de quem não deu direito ao outro. Não acredito em 'recuperação' de nenhuma das pessoas que teve a capacidade de fazer algo como os casos citados à cima. A morte? Acredito ser bom de mais para quem faz uma barbaridade dessas. Não consegui encontrar um meio de punição que cairia bem para esse tipo de gente, por enquanto acho que a morte e o sofrimento em algum lugar é a melhor saída. Como uma pessoa fala em direito se não teve o pensamento de dar algum direito aos outros? É muito fácil protelar a punição de quem 'puniu' de imediato alguém sem defesa alguma. Mais uma vez parabéns pelo texto. Repito: foi um dos melhores textos que li nos últimos tempos; sei que vivemos numa democracia e a liberdade é para todos, mas quem uma vez a tira de alguém não pode exigir a sua.

    http://marcostrauss.blogspot.com/

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  5. A vida de David Gale é uma ficção, feita exclusivamente para induzir as pessoas a se posicionarem de forma contrária à pena de morte.

    É no mínimo tendencioso e sem qualquer embasamento.

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