quinta-feira, 26 de maio de 2011

De onde vem o preconceito?

Bem, não sabia se o No-Lipstick era lugar ideal para tratar o assunto, mas resolvi arriscar. Toda essa história do MEC e dos vídeos anti-homofobia que foram produzidos e posteriormente vetados pela presidente.

Outro dia recebi um e-mail completamente estúpido e idiotizante sobre os vídeos. A pessoa escreveu tanta bobagem, dizendo inclusive que aquilo era um "estrupo mental" para as crianças (!), que me ví obrigada a responder.

Minha opinião sobre os vídeos, e apenas sobre eles, é a seguinte: de fato, eles não serviriam para combater preconceitos. A começar pelo tal de "Probabilidade", onde o protagonista deixa claro apenas sua inaptidão para a matemática ao calcular muito errado quantos por cento suas chances de encontrar "alguém legal" aumentariam caso fosse bissexual e não hetero. Os demais simplesmente não agregam.
Há quem diga que os vídeos pretender tornar as "crianças" homossexuais. Repito o que respondi ao e-mail estúpido que recebi: ninguém se torna obeso assistindo a propagandas do McDonalds, ou emagrece vendo comerciais da Nike.


A impressão que tenho é que os vídeos foram elaborados a partir do pressuposto que o preconceito exista por uma simples questão: heterossexuais em idade escolar não sabem lidar com gays por desconhecer sua existência. Desta forma, fizeram vídeos em que mostram uma transexual em idade escolar que narra sua vida, um casal de garotas exposto pela internet e o menino bissexual que não sabe matemática - ou seja, fizeram vídeos para mostrar aos estudantes que gays existem, e isso eles já sabem.

Se os vídeos mostrassem protagonistas heterossexuais com amigos gays, e a história desses amigos gays sob a perspectiva do amigo hetero, acredito que o benefício seria maior, pois o problema reside justamente na falta de convívio, no receio de ou ser "atacado" pelo amigo gay, ou ser taxado de gay por andar com ele, o receio de ser "confundido".

Enfim, o material do MEC, em minha opinião, é tão útil quanto "Me Against The Music" ou "I Kissed a Girl": marketing descartável.

4 comentários:

  1. não acredito que ninguém se torna gay e muito menos que um vídeo tem esse poder, mas creio que o vídeo em questão poderia causar uma confusão desnecessária na cabeça de quem não tem sua sexualidade definida.
    que o tema da homoafetividade deve ser abordado em sala de aula - já que muitos pais "tampam o sol com a peneira" ou simplesmente não se importam - isso é certo, mas acho que foram 3 milhões de reais jogados no lixo por algo extremamente fora dos padrões da sociedade brasileira.
    nós temos uma democracia ainda muito incipiente e essas evoluções não são revoluções, pois envolvem valores morais, o que demanda tempo.

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  2. É um assunto complicado sim, mas acho que já é hora de começar a ser tratado na escola.
    De qq forma, não posso falar mto pq n vi o material.. O que me irritou, de fato, foi o modo como a campanha foi vetada, não por seu conteúdo, mas para proteger um ministro de índole duvidosa.
    A presidente se vendeu, assim como a bancada evangélica, e quem perde com esse tipo de barganha, sempre é o povo, que teve seus interesses negligenciados mais uma vez.

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  3. Gente... deste jeito os publicitários vão ficar felizes com nossa percebpção sobre propagandas... afinal, continuaremos engordando vendo propaganda do McDonald sem questionar seus sanduíches como sendo parte da nossa "engorda". No mais, então é contraditório... pois, será que vão deixar de serem preconceituosos tb ao assistirem os vídeos? Caso não houvesse nenhum tipo de influência, então não seria necessário vídeos com a finalidade de esclarecer. Assim sendo, gastou-se dinheiro de forma desnecessária. Então, finalizo dizendo: os vídeos, contendo propaganda pró homossexualidade devem ser tirados de circulação sim. Abordando a questão de atitudes violentas contra os homossexuais, aí sim... se bem que isto se dá em casa... tipo... como eu... não concordar com com a prática, mas da mesma forma e intensidade, respeitar e rejeitar todo tipo de violência!

    Abraços!

    Cleber

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  4. E, concordo com a moça de que o foco está incorreto.

    Abraços!

    Cleber

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