quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Meu padrão de exigência é absurdo.

Eu tenho um padrão de exigência, e tenho notado que ele é alto demais para algumas pessoas. Eu exijo coisas terríveis, tipo: reciprocidade. 

Eu não curto conviver com gente que não vale a pena. Eu tenho a péssima mania de imitar os defeitos da pessoa que está me incomodando. Então, se a pessoa começa a me incomodar demais com o mesmo defeito, eu prefiro deixá-la pra lá. O fato é que não estou disponível para grosserias, porque não quero ser recíproca nisso. Não preciso exercitar minha estupidez... Luto diariamente para enferrujá-la, e não vou deixar que alguém traga de volta tudo aquilo que abomino em mim. Eu curto ser paciente, estar disponível, eu curto ser amiga... Eu não curto distribuir patadas ou me fingir de ocupada. Também não curto implorar por restaurações de relações defeituosas. Por isso, corto pessoas como um presidiário que risca dias na parede da prisão. E me sinto mais livre a cada corte.. 

Muita gente sabe fazer isso de maneira política, eu não sei. Eu tenho um apego grande demais aos sentimentos e as histórias das relações... Se continuo vendo, continuo tentando... Como quem torce um pano mil vezes, esperando que saia uma gota de alguma coisa... Mas chega um ponto em que só sai água suja,  e aí não perco mais tempo, nem mantenho mais ao meu alcance... Se a pessoa me manda um sinal de que não tem paciência pra mim, eu espero mais uns dois ou três, e acato. Sou bem mandada. Pode ser que haja bondade atrás de tantos sinais, pode ser que tenha algo a ser aproveitado... Mas sinceramente, meu otimismo já se esgotou há algum tempo, e não tenho mais forças pra tentar enxergar o lado bom. Nem para adivinhar o que poderia ter feito de errado pra merecer certo tipo de comportamento. 

A gente não precisa cultivar a dor, a vida já é amarga na dose certa, já nos traz a parte chata em uma bandeja. E se é nossa responsabilidade dosar entre o amargo e o doce, naquilo que colocamos no nosso cotidiano, é isso que estou fazendo. Assim como procuro dosar o amargo e o doce na hora de oferecer minha amizade a alguém. Afinal, dizem por aí que eu sou doce, que eu sou amável, que eu sou uma amiga que vale a pena... Dizem por aí que eu faço as pessoas sorrirem, que eu sou generosa, que eu nunca mudo e que sempre podem encontrar um porto em mim. E essas pessoas, que dizem tudo isso por aí, são exatamente aquelas que vão sempre encontrar tudo isso em mim, porque se fazem presente constantemente para adoçar meu lado amargo. 

Eu lamento não ser doce pra todo mundo, mas eu prometo continuar tentando fazer as relações valerem a pena... até o meu limite. Afinal,  nada mais justo do que deixar a ficha cair e perceber que, quando uma amizade não vale a pena, sempre há duas pessoas erradas, aquela que é tosca, e aquela que se presta ao papel de trouxa. Acho que tenho obtido sucesso em largar de ser tosca... Agora é lutar pra deixar de ser trouxa. 

3 comentários:

  1. Amigos existem pra facilitar a nossa vida; pra dificultar há chefes, funcionários públicos, alguns empregados, filhos, companheiros(as), parentes, cunhados(as), vizinhos, políticos, banqueiros e o resto do mundo.
    Se não for pra agregar, melhor cortar.

    ResponderExcluir
  2. Como sempre, inspiradíssima. Minha meta em largar de ser trouxa tá indo bem.

    ResponderExcluir
  3. Deu vontade de copiar e transformar em carta, ou e-mail, ou...

    ResponderExcluir