“a loucura, quem
sabe, caíra como chuva
ou como uma bigorna em
cima dos sonhos empilhados
perturbando o sono como
cantilena de ladainhas
suspiros de lástimas
em meio à canções desencontradas
e ela arrancou cabelos
enumerou pratos
copos em cacos
agarrados aos dedos
treinando a vista
para ver até onde tudo
sangrava
e ela ouviu música
cerrou cortinas
desejou massacres
jogou a solidão dentro
da taça
e bebeu
e efervesceu o grito
como antiácido intragável
atirou contra a noite
de extinções e extermínios
a calma, quem sabe,
tirou férias para morrer
ou como uma canção
engasgada
mão no rosto na hora
da foto batida
na despedida no meio da
noite
em meio a acenos e mais
acenos de adeus
treinando para o nunca
e ela amassou cigarros
girou no delírio de
sobrevivências tardias”
por Alisson da Hora (leia
mais aqui)
e sonhou
Estou quase convencida
de que a gente enlouquece quando começa a beirar os 27. Não é
crise de idade, eu poderia pular pros 30. A única coisa que me faz
ter essa desconfiança é o estado mental em que me encontro e no
qual vejo minhas amigas. Parece que é a hora em que queríamos que
tudo estivesse definido, mas nada está. Os desesperos vem de
concursos, salários, casamentos, divórcios, filhos, namoros, gostos
musicais e N coisas, mas acho que o fundamento de tudo é que
constatamos que não amadurecemos até agora, e estamos com medo de
nunca amadurecer. Da minha parte, cansei de ter medo. Agora invento
mentiras pra me enganar.
Cara, o Alisson da Hora é fodão né! Q isso! =)
ResponderExcluirStatus: desesperadamente tentando sair da adolescência tardia.
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