terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Loucura.


“a loucura, quem sabe, caíra como chuva
ou como uma bigorna em cima dos sonhos empilhados
perturbando o sono como cantilena de ladainhas
suspiros de lástimas em meio à canções desencontradas
e ela arrancou cabelos
enumerou pratos
copos em cacos agarrados aos dedos
treinando a vista 
para ver até onde tudo sangrava
e ela ouviu música
cerrou cortinas
desejou massacres
jogou a solidão dentro da taça
e bebeu
e efervesceu o grito como antiácido intragável
atirou contra a noite de extinções e extermínios
a calma, quem sabe, tirou férias para morrer
ou como uma canção engasgada
mão no rosto na hora da foto batida 
na despedida no meio da noite 
em meio a acenos e mais acenos de adeus
treinando para o nunca
e ela amassou cigarros
girou no delírio de sobrevivências tardias”
por Alisson da Hora (leia mais aqui)

e sonhou
Estou quase convencida de que a gente enlouquece quando começa a beirar os 27. Não é crise de idade, eu poderia pular pros 30. A única coisa que me faz ter essa desconfiança é o estado mental em que me encontro e no qual vejo minhas amigas. Parece que é a hora em que queríamos que tudo estivesse definido, mas nada está. Os desesperos vem de concursos, salários, casamentos, divórcios, filhos, namoros, gostos musicais e N coisas, mas acho que o fundamento de tudo é que constatamos que não amadurecemos até agora, e estamos com medo de nunca amadurecer. Da minha parte, cansei de ter medo. Agora invento mentiras pra me enganar.

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