quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Quando a gente deixa de escrever...

Bilhetes e pretensos livros na infância, cadernos na adolescência, blogs... e fim. Um dia a gente simplesmente não escreve mais.

Talvez a gente pare por aceitar a derrota de não saber o que fazer com as vírgulas. Talvez por esquecer gramática,  pelo sufocamento do queísmo, ou simplesmente por não ter vontade...

Talvez as sensações sejam repetidas e não inspirem mais desabafos, talvez o espírito esteja conformado a ponto de não mais precisar desabafar... Talvez não exista mais assunto... Ou, quem sabe, substituímos pela terapia...

Queria apenas saber dizer se me faz falta...

Tanta gente vai parando, que acho que é normal. Nos livros de direito da minha mãe, as contracapas eram todas escritas. Haviam páginas com coisas tão bacanas... E ela nunca soube me dizer porque parou de escrever.

Escrever despretensiosamente parece um hobby com tempo determinado. Será que tem data pra acabar desde as primeiras páginas? Ou será que acaba com a exposição? Com o medo de ser lido e ter esquisitices reveladas? Será que a culpa é do facebook? Será que ele consome toda a cota de palavras a digitar?

Sempre gostei mais de escrever aqui, mesmo com o link compartilhado, poucos vão ler... Dá uma certa segurança para lidar com a insegurança (isso é possível no meu mundo). No facebook só consigo vomitar, lá não escrevo... Só digito compulsivamente palavras inevitáveis... As mesmas que seriam derramadas em uma mesa de bar, em um almoço de família, em uma discussão com conhecidos, nos dias em que eu tivesse a ilusão de que poderia persuadir alguém...

Enfim, quase um ano depois do meu último post, tento novamente escrever... Só pra tentar lembrar qual é a sensação... Só pra tentar descobrir se faz diferença, se faz bem...  Se fizer diferença, se fizer bem, eu volto aqui e escrevo, ou não.




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