quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Das coisas que me deixam frustrada.



Existem coisas na vida que a gente nasce pra não fazer, pra não saber, pra deixar de lado... Mas muitas vezes a gente insiste, por motivos que variam de necessidade à teimosia. Por outro lado, existem as fatalidades, que são aquelas coisas que abalam nosso mundinho frágil, que nos fazem desejar um pouco de álcool no sangue ou 365 dias de sono... Afinal, se você não pode fazer nada para resolver o problema, melhor dormir até que ele seja dissipado.

Existem trocentas coisas na vida que eu não sei fazer, mas se nunca tentei ou não me fazem falta, então tudo bem. Porém, algumas inaptidões me deixam frustrada: varrer a casa, fazer as unhas, passar roupas e escovar os cabelos. Na adolescência eu não estava nem aí pra não saber varrer a casa ou passar as roupas, mas ficava chateada por não saber lidar com o meu cabelo ou com as minhas unhas. Por sorte, meus pais tem a mente mais enluarada que a minha e nunca acharam que as meninas devem saber fazer as coisas ditas de meninas, e tudo isso passou batido.

Até que finalmente, com quase 30 anos, me encontro sem dinheiro pra salão de beleza ou pra pagar uma diarista. Não são coisas que eu tive a minha disposição a vida toda, que isso fique claro. A diferença é que nunca tive a necessidade de estar sempre com as unhas feitas, nem de andar de roupa não amassada e com os cabelos impecáveis; são coisas que fazem parte da minha vida profissional e que preciso providenciar enquanto desempregada frequentadora de entrevistas... E como lidar? Fazendo um péssimo serviço... As roupas ficam semi passadas, a unha parece feita pela priminha de 10 anos e os cabelos ficam sempre presos. Só que continuo tentando fazer, porque cara, não é possível, precisam ser atividades mais democráticas! E me sinto triste, incompetente, chateada...

Além disso, a sarna do meus resgatado mais dependente do universo voltou... e ele está a 1.000 e tantos km de distância,ele não curte que passem remédio nele, ele precisa conversar e abraçar pra ficar bem... e as pessoas tem medo dele, apenas porque ele morde. E gente, morder é uma reação normal do cachorro... Assim como responder puto da vida é uma condição normal do ser humano, assim como postar sem pensar muito no que está escrevendo é uma condição normal da minha pessoa...

Eu só queria que a vida fosse mais simples, que eu pudesse “estar lá mesmo estando aqui”, que eu pudesse trazer um cachorro bravo e gigante junto com a mudança, que a vida fosse mágica e que ter saudades de casa e vontade de ir pra longe de casa nunca fossem duas coisas simultâneas.


P.S: Outra coisa que não sei fazer é ficar bêbada com Brahma... Se alguém já conseguiu, pfvr me diga como!

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