segunda-feira, 6 de junho de 2016

Sobre uma amizade vitalícia.

Eu já não sei se são 16 ou 17 anos de amizade, mas tenho certeza que contar não importa... Foram muitas vezes em que sofremos juntas, choramos as dores e as raivas uma da outra, rimos, bebemos... Nos aconselhamos, mesmo sabendo que não íamos ouvir... E nesse meio tempo, realmente muita coisa mudou...

Mudou que agora você acha que já não me conhece tão bem e quando eu desapareço você pensa que sou caso de rehab, rs. Mudou que agora a vida é mais pesada e não sobra mais tempo para ligações semanais que podem durar horas. Mudou que a gente já não leva muita fé no amor, que perdemos a pouca paciência que tínhamos, que assustamos as outras pessoas que amamos... E que paramos de beber quando não conseguimos e não mais porque queremos ser ajuizadas. Mas foi só isso que mudou...

Eu ainda sou a mesma... Sou sua amiga que fala demais, que é ansiosa, que come um monte de chocolates de uma vez, que escolhe os caras errados, que esquece de ter medo das coisas, que esquece o que aconteceu na noite anterior, que fica com raiva dos caras que aprontam com você, que fala pra você não judiar dos caras bonzinhos, que vive num mundo bagunçado, que não penteia os cabelos todos os dias, que anda de roupa amassada...

E se as vezes eu não conto alguma coisa, é porque não quero te preocupar, ou também porque aprendi que falar sobre os meus problemas e loucuras não vai fazer com que eles se resolvam... Mas em momento algum é porque tenho medo do que você vai falar ou medo de você não me entender. De certa forma, você é a minha certeza de aceitação... Mesmo quando não nos compreendemos, nos apoiamos e isso não mudou.  Se temos outras grandes amigas, é porque aprendemos uma com a outra a cultivar amizades saudáveis... Não é e nunca vai ser porque alguém vai tomar o seu lugar.

Te amo pra sempre. 

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